domingo, 8 de janeiro de 2017

Dezembro


Ao meu Dezembro,

Dezembro foi introduzido por Novembro e pela partilha de sabores no escritório.
Estava tudo apalavrado há algum tempo, mas na minha cabeça europeia não estava confirmado e não estando confirmado o bacalhau ainda estava cheio de sal, quando o telefone tocou no final do dia. Sim, claro que iria fazer o prato português prometido. Pois claro que ainda tinha de correr supermercados à procura de ovos e azeitonas e pensar em truques para tirar o sal ao bacalhau.

No dia seguinte, lá estava ele, o bacalhau à Brás a fazer companhia ao Etojai, rodeados de queijo e chouriço, a respeitar as diferentes religiões sobre uma toalha de lenços de namorados.




Dezembro estava ali a espreitar, cheio de eventos. Cheio de ventos e de areias.
Os arredores da cidade tornavam-se deserto, anunciavam o nascimento dos profetas, anunciavam uma nova idade.



















Este ano o nascimento de Mahomet celebrou-se em Dezembro, chamam-lhe o Maouloud ou Gamou. É dia de celebrar, de orar, de reflectir sobre a generosidade, de perdoar, de amar o outro. Os mesmos valores associados ao nascimento do outro profeta, Jesus.

Por cá, no Gamou não se trocam presentes. Num país que assinala as festividades das duas religiões, os presentes são trocados no Natal.


 







Mas na hora de trocar presentes na manhã de Natal, já eu sentia o calor do frio, o doce das rabanadas e das migas.
Já brindávamos à vida em família. Já trocávamos o bolo-rei por uma caminhada até S. Silvestre.



 



Dezembro meu, continua a ser vida, renovação e tradição.

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