terça-feira, 26 de setembro de 2017

à saída da lua

a quem anda de luas,


lua sai, lua vai. lua vem, onde está a lua?

é esta a pergunta que paira no céu cada vez que se aproxima uma festa religiosa, pois é a lua em quarto crescente que marca o dia, é sobre esse dia que os líderes religiosos decidem. dessa decisão sai o dia oficial, mas como eu todo o lado "há quem veja a lua mais cedo" e assim a festa começa mais cedo para uns que para outros.

foi assim no último Tabaski - dizia-se que seria sexta-feira, dizia-se que seria sábado.
em voz baixa contavam-se superstições de quando calha à sexta, em voz alta decidiu-se que o dia oficial seria sábado.
na casa de quem o celebrava, cada um tomou a sua decisão e para uns o sacrifício começou na sexta.

Eid Mubarak! Alhamdouliah.


sábado, 2 de setembro de 2017

Ir para fora cá dentro num instante

Aos que ainda não vieram,




Dias para trás, dias para a frente no calendário e finalmente as visitas chegavam. Num esboço imaginário havia visitas pensadas, repensadas e... é melhor esperar que cheguem e repensar tudo a cada dia.
Chegaram num abraço de felicidade, sorrisos num país novo, numa língua diferente. Um abraço apertado num meio de tantos outros, entre malas.

As luzes no caminho para casa, as primeiras descobertas no escuro da cidade.
Das malas saiam sabores da terra e surpresas, entre o "pôr a conversa em dia"... A casa fez-se cama e o dia amanhaceu com mesquita... Pequeno-almoço farto e rodas ao caminho pela auto-estrada e pela estrada nacional até ao Parque de Nguerine em Ngaparou. Um lugar onde as aves reinam com macacos, tartarugas, lamas e outros quadrúpedes, rodeados de mangueiras e flores.




Almoço por lá mesmo acolhidos pelo papagaio branco e um regresso para "correr" Gorée num barco fora de horas, ver o sol cair entre os mimos de um gato ladeira acima, deixar-se convencer pelo pintor de areia e regressar nas ondas da primeira tempestade do ano.


Conversas para longe e era de novo dia. Conversas por perto, para orientar o transporte até ao Lac Rose, que naquela altura e àquela hora não estava assim tão Rose, mas se enche de carregadores de sal. Por lá é possível tomar banho ou passear no lago, comprar sal em sacos de vários tamanhos, bijuterias ou arte, tudo a um preço bem negociado.
 





Para quem quer pernoitar há hotéis na beira do lago ou um pouco mais longe. Há passeios de camelo, moto 4 ou jipe pelas dunas no caminho da praia - o chamado petit raly Dakar.




Menos de duas horas de caminho para "escadear" a estátua da Renascença e ver Dakar a perder-se da vista, enquanto se pescam Pokemons!! Descer pelo caminho mais fácil porque era dia de aniversário, dia de sentar Portugal à mesa entre caldo verde, chouriço, queijo, broa e tanto mais que havia. Brindes e cantigas até ser dia.






Dia de percorrer os bairros a pé de descobrir os afazeres do mar junto à mesquita, de começar a comprar lembranças. Dia de ir ao centro da cidade e descobrir marcas de Portugal na catedral. Perder-se nas ruas e não se deixar convencer por todos os que querem vender. Dia de descobrir novos sabores, de se encantar com as cores... dia de voltar no mesmo abraço, pensando em tanto mais que havia para descobrir.